
O questionário revela o grau dos sintomas e o momento em que eles eclodem. “Já no que chamamos de avaliação miofuncional, pedimos para o paciente mastigar uma bolacha para analisar o trabalho da musculatura local”, exemplifica. A eletromiografia, por sua vez, se vale de eletrodos colados à têmpora e às bochechas para checar as contrações musculares. “Com esses dados conseguimos não só detectar o problema mas também monitorar melhor a resposta ao tratamento”, avalia Cláudia.
As disfunções da mandíbula costumam trazer dor de cabeça. No sentido figurado: não é raro perambular entre médicos e dentistas atrás do motivo das aflições. E no sentido literal. “A DTM pode causar dores de cabeça secundárias ou agravar enxaquecas já existentes”, acusa Daniela. Não à toa, há quem se entupa de analgésicos, negligenciando, sem querer, o foco do desconforto. Embora o adulto seja seu alvo, a DTM também é capaz de atormentar crianças e adolescentes. Os estudos a respeito são divergentes, até porque, nessa fase da vida, os sinais do problema são mais leves e difíceis de ser detectados. “Relatos mostram que os sintomas da disfunção são raros na época dos dentes de leite, enquanto outros indicam uma prevalência de 16%. De qualquer maneira, o número aumenta na adolescência”, pontua a dentista Maria Beatriz Gavião, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, no interior paulista.
CALA-TE, DOR
Apesar de complexa e rodeada de confusões, a DTM pode ser contra-atacada. Muitas vezes o tratamento exige não apenas o dentista, mas fonoaudiólogos, fisioterapeutas... Para nossa sorte, as armas que enfrentam o transtorno estão cada vez mais afiadas. Se o ultrassom já rendia bons resultados, o raio laser de baixa potência, ainda novo nessa área, não decepciona. O aval para as duas tecnologias vem de uma pesquisa recém-concluída na USP de Ribeirão Preto pela dentista Thaíse Carrasco.
“O ultrassom promove um calor profundo na região, estimulando a dilatação dos vasos e diminuindo a inflamação local”, explica Thaíse. “O laser também surte efeito anti-inflamatório e incentiva a liberação de substâncias que aliviam a dor”, completa. No trabalho com 30 voluntários, a especialista provou que as técnicas empatam em termos de eficiência. “Elas são, contudo, terapias de apoio, ou seja, não dispensam atacar as causas do problema”, lembra.
Em muitos casos, só uma investigação minuciosa aliada a mudanças comportamentais desarticula a DTM. “É preciso saber se o paciente range os dentes à noite ou os aperta durante o dia por causa da tensão”, exemplifica o dentista André Felipe Abrão, do Centro de Estudos, Treinamento e Aperfeiçoamento em Odontologia, na capital paulista. Só assim dá para traçar um plano de ação contra o suplício. A participação do paciente, aliás, é essencial. “Ele precisa aprender o que é ruim para a sua condição e corrigir os erros”, diz Guimarães. Nessas horas, fugir do estresse, que repercute na musculatura da ATM, já é mais do que um bom começo.
Fonte: revistasaude.com.br
1 comentários:
Eu tenho esses sintomas...
É muito ruim e muitas vezes tenho preguiça até de mastigar, devido a dor que causa.
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